Seis características relevantes sobre os hábitos de compra da população acima de 60 anos

Seis características relevantes sobre os hábitos de compra da população acima de 60 anos

Estudo realizado pela SBVC revela que a experiência de compra, a praticidade e o bem-estar são fatores muito mais importantes que acessibilidade e lugares para descanso. Segundo estimativas do IBGE, nos próximos 20 anos a população acima de 60 anos, mais que triplicará, chegando a 88,9 milhões de brasileiros (39,2% da população). Ou seja, o Brasil está no momento de proporcionar mudanças e novas oportunidades de negócios em muitos segmentos, pois a população está envelhecendo em uma velocidade muito rápida, o que trará um grande impacto sobre os sistemas de saúde e outros, com elevação de custos e do uso dos serviços.
 
Pensando neste futuro cenário, a SBVC – Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo decidiu levantar informações sobre os atuais hábitos de compra da população com idade superior a 60 anos. “Realizamos este estudo para analisar os fatores que levam este público a consumir, que aspectos eles mais prezam em suas compras e a presença do varejo digital entre essa população. Além disso, avaliamos a experiência de compra e os aspectos mais valorizados no consumo de produtos e serviços”, comenta Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo.
 
O estudo da SBVC contou com 434 entrevistados numa pesquisa quantitativa, realizada em parceria com a AGP Pesquisas Estatísticas, revelando que 86,4% dos 60+ afirmaram que eles mesmos são o elemento responsável pelo controle das finanças e decisões de compra em sua residência. Outros 8,8% afirmaram que o cônjuge toma as principais decisões de consumo, fazendo com que menos de 5% da amostra total dependa de terceiros.
 
Na média da população entrevistada, o item mais importante no orçamento mensal são os gastos com mantimentos (R$ 892), seguidos por Moradia (R$ 805) e Saúde (R$ 758). Isso significa um dispêndio médio de R$ 2488 mensais somente para os itens considerados básicos. É importante ressaltar que o consumo se dá em uma ampla variedade de canais: 55% dos entrevistados costumam ir semanalmente a redes de hipermercados ou supermercados, 52% ao mercado local e 62% às lojas de hortifrúti. Apenas 21% costumam ir toda semana à feira livre (sendo que 32% afirmam nunca frequentar esse canal) e apenas 5% vão a armazéns toda semana (56% nunca utilizam esse canal de compras). Percebe-se que o consumidor com mais de 60 anos, ao mesmo tempo em que utiliza super e hipermercados, tradicionais e de vizinhança, em seu mix de consumo, também vai aos hortifrútis para o abastecimento de itens perecíveis.
 
Sobre a experiência no ponto de venda dos supermercados, os consumidores 60+ não a consideram tão positiva e o fator principal para isso, são as grandes filas nos caixas (84,2% no caso dos super/hiper, 69,2% nos mercados locais). Nos shopping centers, esse item foi o segundo maior motivo de críticas, com 52,6% de citações. Além disso, a falta de atendimento também foi citada de forma recorrente como um fator prejudicial à experiência de compra, com 52,6% de menções em supermercados e hipermercados, 23,1% nos mercados locais e 21,1% nos shopping centers.
 
Lojas cheias, filas também são aspectos que atrapalham bastante a experiência de compra, pois dificultam o deslocamento pelo PDV e a finalização bem-sucedida do pagamento. “O que mais nos chamou a atenção neste estudo é o fato de que itens relacionados exclusivamente à experiência de consumidores 60+, como a disponibilidade de áreas de descanso, elevadores, escadas rolantes e produtos desenvolvidos para esse público, são muito menos relevantes para a satisfação dos clientes do que itens que também são importantes para clientes de outras faixas etárias, como caixa sem filas”, ressalta Eduardo Terra.
 
Confira os seis principais destaques do estudo:
 
1. Os fatores que mais prejudicam a experiência nas lojas físicas para a população acima de 60 anos são os mesmos que valem para o consumidor em geral: filas, atendimento ruim e lojas cheias. Itens tradicionalmente relacionados a este público, como escadas e falta de espaço para descanso, aparecem com muito menos relevância na lista de fatores.
 
2. 70% dos consumidores 60+ já fizeram compras online e 23,9% já compraram via smartphone. Trata-se de um público já inserido no universo digital. A imagem da população acima de 60 anos “analfabeto digital” é praticamente um mito, perto da atual realidade.
 
3. Em um primeiro momento, o consumidor 60+ não percebe que a loja não tem produtos específicos para ele. Somente quando estimulado é que ele faz avaliações relativamente baixas a respeito do assunto.
 
4. Segurança e confiabilidade dos sites ainda são entraves às compras online, assim como acontece com a população em geral.
 
5. Os consumidores 60+ continuam desejando o “touch and feel” do varejo físico.
 
6. Ao mesmo tempo em que é importante investir em produtos para este público, é fundamental atacar os pontos de atrito do processo de compra em lojas físicas – que são os mesmos pontos de atrito para todos os consumidores, independentemente da idade.
 
 
Fonte: Revista do Varejista

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