Os analistas consultados semanalmente pelo Banco Central (BC) melhoraram a previsão para a inflação deste ano e do próximo. O relatório Focus também reduziu a taxa básica de juros esperada para o fim deste ano. Por outro lado, as projeções do mercado para o desempenho da economia em 2016 registraram leve piora.
O levantamento divulgado nesta segunda-feira pelo BC reduz o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano de 7,04% para 7,01%. O resultado reflete a taxa de setembro — de 0,08%, a menor para o mês desde 1998 —, que foi divulgada no último dia 8 pelo IBGE. Esta é a quinta melhora seguida na expectativa do mercado financeiro para a inflação oficial deste ano.
Apesar disso, se o IPCA de fato fechar 2016 neste patamar de cerca de 7%, será a segunda vez seguida que ficará acima do teto da meta estabelecida pelo governo. Em 2015, a inflação ficou em 10,67%. A meta anual é de 4,5%, podendo variar dois pontos para cima ou para baixo.
Para o ano que vem, os analistas preveem no Focus desta semana uma taxa de inflação de 5,04%, abaixo do 5,06% indicado na semana passada. Foi a segunda redução consecutiva. A meta de inflação em 2017 também é de 4,5%, mas a variação tolerada é menor, de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Com uma inflação mais amena, os analistas reduziram a expectativa para a taxa básica de juros neste ano pela primeira vez depois de oito semanas em 13,75%. Agora, a previsão é de que a Selic encerre 2016 em 13,50% ao ano. Desde julho do ano passado, a taxa está em 14,25% ao ano.
Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC vai se reunir nesta terça e quarta-feira para decidir a taxa de juros. Há analistas que esperam um corte de 0,25 ponto percentual nesta reunião.
Para o ano que vem, ade acordo com o Focus desta segunda-feira, previsão de Selic se mantém em 11% ao ano pela sexta semana seguida.
Já o desempenho da economia previsto para este ano voltou sofrer leve alteração para pior: a segundo seguida. Os analistas preveem um tombo de 3,19% em vez dos 3,15% da semana anterior. Para o ano que vem, a previsão da semana passada também foi mantida: o PIB deve crescer 1,30%.
A cotação do dólar frente ao real no fim deste ano ficou inalterada em R$ 3,25. Para dezembro de 2017, o câmbio foi reduzido de R$ 3,45 para R$ 3,40.
Fonte: O Globo