Como se preparar para mudança de hábitos dos clientes do seu restaurante?

Como se preparar para mudança de hábitos dos clientes do seu restaurante?

Não é novidade para ninguém que o setor de alimentação fora do lar vem passando por grandes transformações. A mudança de hábitos dos consumidores está cada vez mais veloz, o delivery vem ganhando força exponencial e mercados outrora tratados como nichos, como os com foco em saudabilidade, ultrapassam o mero modismo e se estabelecem como tendência. No meio deste turbilhão de informações, cabe ao empresário de bar e restaurante se preparar para entender quais são seus desafios e como vencê-los.

As constantes mudanças econômicas e culturais ao longo das últimas décadas têm transformado significativamente o comportamento de consumo dos brasileiros. Para o doutor em antropologia e fundador da Consumoteca, consultoria especializada no comportamento de consumo no Brasil, Michel Alcoforado, isso exige que tanto as empresas como os consumidores se reinventem constantemente.

Alcoforado diz que o setor de alimentação fora do lar pode aumentar a assertividade de seus produtos indo além das perguntas. Para ele, a indústria acreditou que era preciso questionar os consumidores sobre o que eles queriam quando, muitas vezes, eles mesmos não sabem. Por isso, mais importante do que perguntar é observar. “É preciso olhar o que as pessoas estão fazendo e, junto com elas, tentar encontrar uma lógica em seu comportamento. Produtos que conseguem fazer sucesso no mercado são aqueles que resolvem tensões, necessidades que, às vezes, nem mesmo os consumidores sabem que têm”, afirma.

Para Sérgio Molinari, sócio-fundador da Food Consulting, uma das mais importantes consultorias especializadas no mercado de food service no País, estratégicamente a transparência deve ser a tônica para que empresários de bares e restaurantes mantenham engajamento com seus clientes. “A geração millennial é um público importante hoje e enorme amanhã. É um grupo que já é um dos principais consumidores do Brasil e do mundo. Se pensarmos que muito em breve no País a expectativa de vida passará dos 80 anos, isso significa que esse sujeito que é um millennial é o principal consumidor do food service por algumas décadas a frente. Entender seus desejos é questão de longevidade neste nosso mercado”, enfatiza.

“É um grupo que nasceu e cresceu num processo de aceleração da tecnologia que temos hoje. Isso molda a vida, o hábito e o comportamento de consumo e isso é bastante determinante”, diz Molinari. “Estão a um clique de resolver alguma dúvida ou obter alguma informação para decidir onde, como e o que consumir no food service”.

Engajamento é essencial

Renato Mott, executivo de marketing, negócios e inovação da Taco Bell, se refere aos consumidores da rede de fast food californiana como “taco lovers”. Isso se deve ao engajamento dos clientes com a marca. Atualmente, a Taco Bell conta com mais de 6 mil unidades espalhadas pelo mundo, sendo 30 restaurantes no Brasil. “Mais que desejo por novas experiências, as pessoas hoje, principalmente os millennials, buscam marcas que conversem, não apenas ‘cospem na cara’ um monte de promoção. É uma questão voltada a lifestyle (estilo de vida), e não apenas oferta de comida”, diz.

Essa ‘conversação’ digital, segundo Renato, acaba por gerar resultados no mundo real. “Gera comunicação, que gera engajamento, que gera mais movimento e faturamento, que gera mais lojas abertas e assim por diante”. Como exemplo, ele lembra que a rede convida os “taco lovers”, sempre quando há inauguração de uma nova loja. “Horas antes do evento começar, as pessoas já ficam na fila. Gera um ‘burburinho’ nas redes. Essa aproximação é bastante válida”, diz.
 
 
Fonte: Foodmagazine

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